Indicações para uma cultura de direita

Arno Breker, Bereitschaft
Arno Breker, Bereitschaft

«Que problemas se colocam aos que querem enfrentar o problema de uma cultura de direita? Antes de tudo, torna-se necessária uma correcta formulação do problema. E a primeira contribuição para esta formulação é a definição das ligações que existem entre a direita e a cultura. É preciso deixar claro que, para o homem de direita, os valores culturais não ocupam aquele lugar excelso que lhe dão os escritores de formação racionalista. Para o verdadeiro homem de direita, antes da cultura surgem os verdadeiros valores do espírito que encontram expressão no estilo de vida da verdadeira aristocracia, nas organizações militares, nas tradições religiosas ainda vivas e operantes. Antes de tudo está um certo modo de ser, uma certa tensão em relação a algumas realidades, depois então surge o eco dessa tensão sob a forma de filosofia, arte, literatura.

Numa civilização tradicional, num mundo de direita, primeiro vem o espírito vivente e só depois a palavra escrita. Apenas a civilização burguesa, saturada com o cepticismo iluminista, poderia pensar em substituir o espírito heróico e ascético pelo mito da cultura, a ditadura dos filósofos. O democrático tem o culto da problemática, da dialéctica, da discussão e transformaria de bom grado a vida num café ou num parlamento. Para o homem de direita, pelo contrário, a procura intelectual e a expressão artística fazem sentido apenas como comunicação com a esfera do “ser”, com qualquer coisa que – seja como for concebida – já não pertence ao reino da discussão mas ao da verdade. O verdadeiro homem de direita é instintivamente “homo religiosus”, não no mero sentido “fé-devoção” do termo, mas porque mede os seus valores não com a régua do progresso mas a da verdade.

“Ser conservador – escreveu Moeller van den Bruk – não significa depender do passado imediato, mas viver valores eternos”.

A cultura e a arte de direita não podem pretender ser elas próprias o Templo, mas apenas o vestíbulo do Templo. A verdade vivente é outra. Daí uma certa desconfiança do verdadeiro homem de direita no confronto com a cultura moderna, um desprezo impessoal pela plebe dos literários, dos estetas, dos jornalistas. Recordam-se as palavras de Nietzsche: “Outrora o pensamento era Deus, depois torna-se homem, agora fez-se plebe. Mais um século de leitores e o espírito apodrecerá, tresandará.”

Daí a hostilidade do fascismo e do nacional-socialismo ao tipo do intelectual desenraizado. Nisso não está apenas a rude desconfiança do “esquadrista” e do “lansquenete” pelos refinamentos da cultura mas também uma aspiração a uma espiritualidade feita de heroísmo, fidelidade, disciplina, sacrifício. José António Primo de Rivera recomendava aos seus falangistas “o sentimento ascético e militar da vida”.

Estabelecida esta premissa, consideramos estar mais próximo o objectivo de animar uma cultura de direita. O propósito, já o disse, é a construção de uma visão do mundo que se inspire em valores diferentes dos que são hoje dominantes. Não teoria ou filosofia, mas sim “visão do mundo”. Isto deixa uma larga margem de liberdade às formulações particulares. Pode-se trabalhar para criar uma visão do mundo de direita seja pelo lado católico ou pelo lado “neo-pagão”, seja projectando o mito de Novalis da Europa-Cristandade ou defendendo a identidade Europa-Arianidade».

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Trad. Rodrigo (ofogodavontade.wordpress.com)

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